É muito mais comum na coxa proximal, junto ao trocânter maior, embora seja cada vez mais relatada em outros locais do corpo, como nos joelhos, região lombar, glútea, escapular, dentre outras localizações.
Este tipo de mecanismo de lesão determina a ruptura de vasos perfurantes entre os planos subcutâneo e muscular, formando coleções com conteúdo geralmente de sangue e linfa (sendo também chamada de massa hemo-linfática), mas que pode também conter gordura e até mesmo partes de tecidos necróticos.
As coleções formadas ficam susceptíveis à colonização por microorganismos e a presença de infecção muitas vezes contribui para a persistência da lesão.
Embora seu mecanismo de formação seja relacionado ao trauma, muitos pacientes se apresentam assintomáticos e até um terço deles não recorda do evento causador da lesão. Estes casos, em particular, determinam atraso no diagnóstico.
O crescimento da coleção também é determinado pelos tipos de vasos que o nutrem, sendo mais acelerado em casos de lesões arteriais, e indolentes em lesões predominantemente venosas e linfáticas.
Para o radiologista, os principais objetivos devem ser focados em diferenciar se uma coleção é aguda ou crônica, e determinar quais tecidos a compõem, sobretudo em lesões que estão há tempos sem diagnóstico.
Para tanto deve-se relembrar as fases de metabolização da hemoglobina e seu respectivo comportamento nas sequências de ressonância magnética:
- Fase aguda: coágulos e debris: alto sinal T2.
- Fase de organização do hematoma: desoxi-hemoglobina convertida em meta-hemoglobina: alto sinal ou sinal intermediário em T1.
- Fase tardia: Periferia começa a se impregnar de hemossiderina: queda de sinal T1 e T2
Ao longo do tempo forma-se uma coleção com conteúdo seroso (de alto sinal T2) encapsulado por alto teor de hemossiderina (de baixo sinal T1 e T2).
O estudo ultrassonográfico em geral demonstra uma coleção hipoecogênica, porém podem ocorrer variações de acordo com o estágio de organização do hematoma e do estágio de degradação da hemoglobina, fazendo com que haja debris, septações ou mesmo conteúdo hiperecogênico.
Os diagnósticos diferenciais mais citados são de necrose gordurosa, hematomas relacionados a coagulopatias, e miosite ossificante em fase inicial.
Como muitas vezes a lesão pode simular tumor, a história clínica prévia de trauma deve ser valorizada para ajudar na elucidação diagnóstica.
Bibliografia
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